quarta-feira, 2 de junho de 2010

A casa dos cenários

Há uma casa, em um topo de colina, quase escondida no meio do capim alto; em Jundiaí. Depois da meia noite, em dias extremamente escuros, algumas pessoas à visitam. Chamamos ela de “a casa dos cenários”.
É estanho dizer que ela é estranha, pois estranheza é uma palavra pequena se você estiver ali em uma noite sem lua. A palavra poderia ser “bizarra”, mas esta palavra me soa meio suja; e esta casa não é suja.
Não há truques, nem mágica, é um buraco no espaço (buraco no espaço foi a melhor definição que encontrei), para tentar explicá-la. A casa dos cenários funciona assim:
Um grupo de pessoas entra em um cômodo, este cômodo não tem nada além de um tapete para a turma se sentar. Fazem uma roda, escolhem uma pessoa, ela começa a criar um cenário, qualquer cenário, por mais absurdo que seja, e então BANG! Todos estão dentro do cenário, tocando e respirando seu ar, interagindo com o ambiente, gozando dos prazeres que podem ter ali. Você pode encontrar seu amor, você pode ver seu cavalo, você pode ser um astronauta.
Na primeira luz do dia, o cenário desaparece, o tapete está de volta. As pessoas voltam felizes para suas casas.
A casa dos cenários tem as seguintes regras:
- Você não pode entrar sozinho. Senão você morre.
- Você não deve falar sobre ela, igual ao clube da luta. Senão você morre.
- Você não pode matar ninguém em um cenário. Senão você morre.
- Você não pode tocar nas paredes e nem levar o tapete embora. Senão você morre.
- Você não pode entrar se não tiver bebido pelo menos meia garrafa de uísque ou equivalente.

5 comentários:

bella ferraro disse...

ahahahahahah, muito bom! o melhor de tudo é o "ou equivalente".
vou tentar entrar lá amanhã, vamos? se eu for sozinha, morro ^_~

Sá Maper disse...

Imagine - vc esta envolto de neve, e o único ponto solitario que emana calor é o seu corpo.
Como vc podera estar aquecido ou aqucer-se? pela imaginação?
É, a imaginação pode aliviar muita coisa, nao é? rs

Sá Maper disse...

entao, é isso. a dor me inspira. mas eu nao ando escrevendo rs. eu ando apenas cuspindo palavras...a toa. sem pensar em como poderá soar legal...
ou se escrevo bem. ou se alguem vai gostar. nem me importo em colocar as iniciais em letra maiuscula, percebeu?. Ri quando vc falou ´´fossa´´. Nem sei se estou na fossa, talvez eu esteja tendo um romance com o meu lado triste.
Mas sabe de uma coisa? nem tudo o que eu escrevo é real. Eu imagino muitas coisas, dissimulo muita coisa. Posso estar saltitante de alegria e poderei escrever algo terrivemente triste.
a graça esta em criar universos que nao sejam seus...;)

Larissa Lins disse...

Me senti envolvida na casa dos cenários, e senti falta (de nunca ter tido) esse mesmo buraco no espaço. E olhe que nem bebi o uísque necessário, mas já quis entrar.

Mateus Henrique Zanelatti disse...

não sei