terça-feira, 14 de dezembro de 2010

E para o cachorro, um prato de fubá e uma tigela de água

Aqui é meu lugar, sei disso, pois me sinto bem.
É daqui que consigo observar todo o ambiente sem precisar participar da merda toda. Vejo as jovens putinhas chegarem com suas calças coladas e rabos quentes, loucas para rebolarem no colo de algum chapa cheio de grana. Os caras menos afortunados que atacam feito hienas no cio, pulando de carcaça em carcaça para ver se dão sorte. Tem também um pessoal que está ali só para beber e rir com os amigos, esses são os únicos que eu respeito. Alguns chapados ficam rodeando, balançando no ritmo da música, não sabem bem o que querem, e quando esbarram em alguém, esses putos partem para cima querendo briga.
Antigamente o ambiente era coberto de fumaça, o cheiro de cigarro era uma característica, era uma merda, mas tava ali e pronto, quem não curtia saia de perto. Hoje os fumetas tem que sair para a rua. Não sei ainda se é bom ou ruim; não se pode agradar todos.
Eu sempre fico no balcão, aqui me sinto bem. Só observando. De vez em quando troco umas palavras com o barman, ou com alguma gostosa que vem pegar bebida, mas só de vez em quando.
- Ei amigo, outro uísque?
- Pode mandar, chará. E para o cachorro aqui do lado, um prato de fubá e uma tigela de água.
Ele dá um sorriso idiota, ninguém entende minhas piadas.