quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

100 loira, 100 morena; 100 postagens

Esta é a postagem de número 100.
Coisa legal do blog é conhecer pessoas.
Coisa legal do blog é ler pessoas.. .
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Agora deixe elas falarem...

Debiee


Nega

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

No final, um pirata

No final, eu era apenas um pirata; um pirata vadio, melhor dizendo. Mas que pirata não é vadio, afinal?
Até os treze anos de idade a vida era fácil, não me lembro de nada antes dos treze, um tipo estranho de amnésia, por isso acredito que antes disso a vida era fácil.
Nessa época perdi minha virgindade, claro que foi com uma puta. Guardei todo o dinheiro que roubava por aí para poder pagar uma mulher, uma vadia que levaria minha pureza embora; não que eu tinha alguma pureza, claro. Todos os outros retardados dos meus amigos já tinha trepado antes e eu não podia ficar para trás. Lembro que dei só umas seis estocadas e já exporrei dentro dela, foi rápido, mas foi legal.
Um tempo depois um dos meus amigos morreu de pneumonia, ele já andava meio doentão, pegou essa coisa e bateu as botas. Na época não fazia idéia, mas hoje sei bem que ele tinha AIDS, filho da puta.
Aos dezesseis anos nasceu meu primeiro filho. Puta moleque bonito do carralho! Resolvi tomar jeito e arrumar um emprego descente. Antes disso só roubava para comer, comprar bebidas e cigarros. Nunca usei drogas pesadas, acho que por isso sou o único que ainda está vivo da antiga turma.
O único emprego que consegui arrumar foi de servente de pedreiro, em empreiteira. Logo eles me mandaram para outra cidade, onde estavam construindo uma ponte, uma ponte gigante pra cacete. Não via muito mais meu filho e nem minha guria. Sete meses depois eu vi uma laje esmagar um companheiro de serviço, o cara era um escroto que traia sua mulher com uma vagabunda das vizinhanças, mas mesmo assim ele não merecia morrer desse jeito, eu vi suas víceras espalhadas pelo cimento.
Abandonei o emprego e me meti numa coisa grande. Um grande assalto a banco. Se desse certo não ia mais precisar trabalhar e poderia ver meu filho crescendo com tudo de bom, se desse certo. Deu merda logo no início do assalto. Peguei dez anos de cana.
O primeiro homem que matei na vida foi na cadeia, era um veado sacana que tentou me enrrabar no chuveiro. Achei que isso só acontecia em filmes. Eu estrangulei o desgraçado com minha toalha, até que não me senti mau depois disso. O foda foi ter que ficar esperto com seus amigos veados. Tive que fugir dali, na primeira rebelião que apareceu dei um jeito de escapar.
Depois que virei um foragido, tive que abandonar minha família. Eles não podiam saber onde eu estava, senão seriam cúmplices e suas vidas iriam se tornar piores do que já estavam. Eu fodi com tudo, é verdade, mas sempre enviava uma grana para eles.
Por uns dez anos eu vivi trocando de cidades, praticando pequenos roubos para não chamar atenção. Fui vagando cada vez mais para o oeste, passei por Argentina, Peru e Venezuela, aprendi bastante com esses sacanas, eles sabem extrair alguma coisa boa da miséria que vivem.
Por fim acabei atravessando o Chile e dando de cara com o Pacífico. Morei por uns tempos em uma cabana beira mar. Mas eu era louco, no porto consegui me infiltrar em um cargueiro chinês. Eu era louco e burro, na verdade. Pois fiquei escondido dentro de um container, fiquei preso, estou preso. Faz uns dois dias, acho, que estou sem comida e água. Estou batendo nas paredes mas ninguém vem ao meu socorro. Acho que os putos ouvem as batidas e dão risada. Sabem que só vão encontrar um corpo em decomposição quando abrirem essa merda de container.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Perfeita simetria

Chovia intensamente na floresta, as folhas eram castigadas pelas grossas gotas d’água, o solo absorvia tudo com uma sede imensa. Algumas árvores fracas cediam, causando enorme estrondo na queda.
Os pássaros se escondiam do melhor jeito que convinha, empoleirados e encolhidos entre os galhos.
Quanto a mim, eu aguardava.
Alguns animais se tornam desatentos aos predadores nessas horas de chuva, eu sabia disso e estava a espreita. Sou um caçador, um assassino nato. Garanto que mato só para comer, mas tenho prazer nisso, me delicio ao encurralar a pobre presa e ver o medo profundo em seus olhos. Meus músculos se excitam no ato de eu encravar minhas garras na carne alheia, carne essa que rasgo e mastigo com poderosos dentes. Eu sou perfeita simetria, eu sou um tigre.
Trovões retumbam pelos céus, raios cortam os ventos apresentando fabuloso espetáculo. Meus olhos brilham diante da selvageria da chuva.
Ouço um barulho, passos leves, respiração ofegante, uma presa média se aproxima. Uma sensação de prazer percorre meu corpo. Eu espero e salto no momento certo.
No meio do ar eu à avisto. Um espanto gigantesco me faz girar no ar e desviar da criatura, eu caio no chão a poucos metros dela.
Um humano, fêmea. Eu sei reconhecer os humanos, eu os odeio, é verdade, eu os ataco. Mas o que aconteceu comigo? Porque fiquei paralisado? Eu a observo, ela está parada, não se meche nem um centímetro, mas está calma, eu sinto isso. Talvez seja sua tranqüilidade que me incomoda.
Eu olho em seus olhos, eles são maravilhosos, são grandes, escuros, parecem jabuticabas, me encaram de forma formidável. Observo todo o resto, sua pele muito branca, cor de marfim, suas curvas perfeitas e seus cabelos cor de sol. As gotas de chuva percorrem seu corpo como um sonho.
O som do trovão percorre os céus, invade minha cabeça, ouço e vejo tudo com clareza. Um sinal dos deuses da floresta. Isso é um sinal.
Eu encho meus pulmões com todo o ar a minha volta, meu rugido sai e sobrepõe todos os outros sons da natureza, tudo se cala ao meu redor. Eu olho a fêmea mais uma vez, dou-lhe as costa e desapareço, talvez para sempre, floresta adentro.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A árvore da vida

Uma árvore nasceu no topo da montanha, cem anos depois um raio a partiu no meio. Seus galhos mortos apodreceram e distribuíram nutrientes à terra ao redor. Temporais se passaram, a relva ia grande quando o homem pisou em suas costas.
Trezentos anos se passaram, um assassinato ocorreu na mata. Sangue humano escorreu pela montanha desvirginando a terra. Um lobo farejou o sangue, outro lobo veio e o matou. Lobos matando lobos, noite após noite.
Um homem subiu a montanha agarrando uma menina jovem entre os braços, estuprou-a três vezes por todos os buracos antes de arrancar-lhe os olhos e quebrar seu pescoço. A menina foi enterrada em uma cova rasa no topo da montanha, seu corpo foi devorado pelos lobos. Ano depois já contava em seis as meninas que o homem deu de alimento aos lobos. O homem viveu por cem anos, morreu na cama dormindo.
Meio século depois um grupo de jovens entrou na mata em uma noite de lua clara. Realizaram uma orgia exibindo seus corpos nus para as estrelas. Eram três garotos e cinco garotas, ninguém viveu mais que dois anos após aquela noite.
Um cão negro subiu a encosta e uivou para a lua, ele tinha os olhos insanos.
Passaram-se cinqüenta anos, um homem com olhos insanos subiu até o topo da montanha em meio a um temporal. Ele carregava uma pequena arma de fogo, atirou para o céu duas vezes, dizendo que queria matar Deus. Cinco segundos se passaram e um formidável raio dizimou o homem.
Do local que caiu o raio, uma árvore branca nasceu.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O clube dos canalhas

- Até que você não é feio. – Disse ela me tocando mais embaixo.
- Ahahahaha, sério? – “Cacete, como eu fui me meter nessa de novo?”
Ah, eu e minha porcaria de falta de senso de amor próprio, esses desgraçados dos meus amigos sempre me convencem de vir para essas merdas de lugares.
O alto-falante dá alguns chiados e eu ouço uma voz do tipo de locutor de rodeio, ela anuncia que alguma puta vai fazer um show no palco. A doida que está do meu lado me diz que conhece a garota e que dança bem. Diz também para eu pagar para ela fazer um show particular, só para mim, vadia.
- Meu, você acabou de chegar e já vem me pedindo isso? Vai ter que me excitar antes disso, vaca escrota. – “É, eu sei falar com as mulheres”.
- Vai se foder, seu porco veado. Você e esses outros só vieram aqui para zoar, né? – Ela pega seu drinque e vai embora para outra mesa.
Meus amigos me olham com reprovação, as garotas que estão com eles dão uma desculpa e vão embora também. Já sei que nossa noite acabou por aí, mais nenhuma garota vai sentar na nossa mesa, foda-se elas.
- Cara, porque toda a vez você faz isso? – Disse um dos meus amigos.
- Ah, se foda, não sei porque vim aqui nessa merda, já estou bêbado e de saco cheio. A culpa é sua por ter me arrastado até aqui! – Disse isso e fui buscar mais uma cerveja, era a ultima da minha cota.
Aproveitei e fui sentar no balcão, abri minha cerveja e dei uns goles, já estava descendo amarga. Uma música começou a tocar mais alto e o palco se iluminou, o show da vadia ia começar.
Entrou no palco uma morena, era meio feia e não tinha peitos grandes, mas tinha um rabo gostoso e rebolava bastante. Ela aparentava ter uns 40 anos, seu stripe foi de profissional, ela tinha experiência. Mas não fiquei comovido, não tive vontade de comê-la. Depois de tirar toda a roupa, a música acabou e ela se foi sem deixar saudade.
Chamei meus amigos chapados para ir embora, eles concordaram e caímos fora dali, prometendo, como sempre, nunca mais voltar nessa merda.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A Gangue dos Vinte Lobos entre dois rios

Depois da maldita cidade arder no fogo da corrupção, o período das gangues voltou à aterrorizar as pútridas ruas da cidade. Cada tribo ou grupo cuidava de seu próprio rabo, cuidava de sua área, e, logicamente, não era nada incomum os confrontos entre ratos. O povo descente dependia das gangues para não terem suas merdas de casas roubadas ou suas jovens filhas estupradas. Era até bom para as famílias ter um filho alistados à algum grupo.
Essa época era de foder.
Eu era um lobo, pertencia a Gangue dos Vinte Lobos. Éramos muito mais que isso, mas no começo de tudo os caras eram em vinte. Esses vinte caras originais eram fodas mesmo, do tipo que trucidavam com tudo, só deixando os ossos para trás, por isso o nome de lobos. Dos vinte originais, só dois ainda estavam vivos quando entrei para gangue, o chefe Tonny, o faca e seu irmão mais novo Tayson, o olho. Ninguém podia com esses dois, ninguém mesmo. Eu já vi o Tonny arrancar as duas orelhas de um cara só porque zuou o irmão dele de maricas. E o Tayson degolar pelo menos três por estarem roubando uma casa da sua vizinhança.
Mas por fim, estão todos mortos agora. Eu sou o último sobrevivente da Gangue dos Vinte Lobos.
A gangue foi dizimada em apenas um dia, numa tarde quente de verão, onde o sol fritava nossos rostos e cozinhava nossos cérebros. E tudo começou por uma garota, uma puta garota.
O Tonny, o faca, conheceu essa tal garota em um bar, ela era de outra zona da cidade, estava ali naquele dia apenas para pegar alguma bebida e cair fora. Eu nunca vi o Tonny cair de quatro por uma putinha como daquela vez e a putinha também curtiu o Tonny. Até mesmo seu irmão disse para ele tomar cuidado. É claro que, como tudo o que acontece na vida é para nos foder, a garota era namorada de uma cara de outra gangue, e ainda por cima, irmã de um chefe de uma gangue vizinha a nossa.
A coisa não ia vingar, eu já sabia, mas o Tonny ficou louco, ela à queira do seu lado de qualquer jeito.
Naquele dia ele juntou toda gangue ao amanhecer, fomos buscar a garota. Entramos sorrateiros pelo território dos caras, só abatemos uns cinco ou seis deles e trouxemos a garota para nosso lado. Isso foi de manhã. De tarde, nos vimos cercados por duas gangues, eles se aliaram para nos destruir. O ex-namorado da garota de um lado e o irmão do outro. Estávamos entre dois rios. Estávamos fodidamente perdidos. Lutamos que nem demônios, mas eles tinham muitos canhões e distribuíram válvulas para todo lado. Nem a garota escapou, pobre puta, que queime no inferno. Eu sobrevivi por fingir estar morto, quando já estava tudo acabado. Eu sei que não foi honroso isso, mas foda-se, eu estou vivo.
Esse foi o fim da Gangue dos Vinte Lobos.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Irlanda

Este texto é dedicado a Deborah, uma grande garota que me faz pensar.
Baseado na música Whisky in the Jar.


Certa vez, quando ainda jovem, cheio de sonhos e esperança na cabeça, joguei minha tralha nas costas e resolvi andar. Primeiro parei em uma taberna para um último drink, “um brinde para meu pai” eu disse. Meu pai que nunca me amou e me surrava quando estava bêbado.
Sai dali me sentindo leve e com muita vontade de correr! Correr! Correr!
E eu pensava em Debbie.
Cinco anos depois já estava caminhando entre as montanhas Cook e Kerry. Gostaria de dizer que eram vales verdejantes em meio a fontes de águas límpidas, mas não, até onde a vista alcançava era um puro cenário de rochas, terra seca e arbustos raquíticos. Tomei o ultimo gole de água do cantil, “um brinde ao meu pai”.
E então eu avistei o capitão Farrel, o maior bandido das redondezas. Pelo que parecia ele acabara de realizar um assalto, pois estava agachado perto de uma árvore, contando dinheiro. Muito dinheiro. Calmamente saquei minhas pistolas, e mais silencioso que um tigre, me aproximei. Mirei em sua nuca e disse: “Levante-se e entregue todo seu dinheiro ou o diabo pode te levar”. Peguei todo o dinheiro, era realmente uma bela quantia, e fui para casa de Debbie. Ela me viu, viu a grana e me aceitou em sua casa, jurando que me amava e que nunca me abandonaria, mas que diabos tomou aquela mulher, sabe como é, ela me enganou facilmente. “Um brinde para meu pai”.
E então um dia, bêbado e cansado eu entrei em casa, Debbie estava na sala, peguei ela no colo e a levei ao quarto, mas não sabia o perigo que estava correndo. Umas seis ou talvez sete horas o capitão Farrel entrou como um leão no quarto, mas eu saltei, puxei minhas pistolas que estavam na cômoda e atirei. Acertei ele com as duas.
Alguns homens atiram, alguns homens dançam, alguns homens gostam de pescar ou caçar, e ainda alguns outros gostam de ouvir, ouvir uma bola e canhão roncando. Já eu, eu gosto de dormir, especialmente no quarto as minha Debbie. Mas aqui estou na prisão, aqui estou com uma bola e uma corrente presa na perna, mas sei que lá fora está minha Debbie. “Um brinde para meu pai”.

sábado, 9 de janeiro de 2010

A hora da virada

Mundo estranho, mundo cruel e assassino. Essas merdas ficam dando voltas na minha cabeça.
Ando só pela madrugada. Vez ou outra cruzo com algum vagabundo ou vira-lata pela calçada, que, assim como eu, caminha sem rumo. Eu bebi, é verdade, a garrafa foi a única coisa que beijei hoje a noite, a bebida tem se tornado minha única amante nesses últimos anos. Faz muito tempo que não fodo com uma mulher, eu me tornei repugnante, até para mim mesmo. Eu tento culpar o mundo por isso, eu tento mesmo, tudo que vejo ao redor procuro ver a maldade, quero criticar tudo e todos. A minha realidade tornou-se um verdadeiro inferno. Eu quero viver só, não quero que falem comigo ou que me vejam, quero viver de restos de comida e morar sob a lua.
Se é que posso chamar isso de vida, mas eu vivo nas ruas, elas me acolheram quando precisei.
Quando mesmo me tornei desse jeito? Quando foi a hora da virada?
Ah sim, eu me lembro, a datas estão embaralhadas, mas o motivo eu me lembro bem.
Como todo bom homem eu tinha uma mulher e a amava. Porra, e como amava. Éramos casados. Eu era feliz, um merda de um feliz, e talvez por isso não percebi que ela não me queria mais. Em minha cabeça de escroto estava tudo bem, eu criava cenários de nossas vidas e nela éramos perfeitos. Mas a grande verdade é que ela acabou por criar um ódio tão grande contra mim que, assim que tinha oportunidade, trepava com qualquer um. Não demorou para eu pega-la em flagrante com um de meus amigos, no momento a fúria tomou conta de mim, eu tentei matá-la mas os dois me acertaram, chamaram os porcos dos tiras e de vítima eu passei a ser culpado pela tentativa de assassinato.
Depois de tudo terminado, doei todas as minhas coisas e passei a viver na rua, em outra cidade, uma cidade cinzenta que me acolheu e que me deixou torná-la meu inferno particular.
Quero acreditar que o mundo fode com as pessoas, que o mundo me deixou nessa situação, mas no fundo eu sei que as escolhas foram minhas, minhas e dela.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Dizzy

- Porra, se você está ouvindo isso e não está gostando é que não bebeu ainda o suficiente para ativar as partes musicalmente sensoriais do cérebro.
- Cara, você está chapado. Que merda é essa que tá tocando?
- A nigth in Tunísia, Dizzy Gillespie.
Puta, ela sempre, me faz essa pergunta. “Que merda é essa que tá tocando”, ela não sabe a vontade que tenho de cerrar meus dedos nesse pescoço magrelo dela, quando faz essa pergunta.
O som continuou tocando, é o tipo de música que me faz viajar. Que faz meu corpo quere rodar por aí, sair correndo, beber mais, transar mais, dar uns socos, e por aí vai. Eu sentado no sofá, ela deitada com a cabeça em meu colo. Seus cabelos exalavam um perfume doce, eu a acariciava por detrás da orelha com a mão direita e com a esquerda eu segurava uma garrafa de vinho; um bom vinho. De vez em quando eu derramava umas gotas em sua testa e a beijava, sugando o vinho e parte de sua alma, de seu espírito.
Ela já estava muito chapada, e chapada com o que eu mais odiava, o maldito pó. Depois de cheirar tudo que comprara, agora fumava um beque. Quem visse esse rostinho lindo andando pelas ruas numa manhã qualquer, nunca ia imaginar a diaba que era nesses momentos que estamos agora.
O Dizzy agora estava fazendo um daqueles solos fodas, eu me virei no sofá, joguei o beque dela fora e deixei minha garrafa deitada e vazando no chão, subi por cima dela e começamos a foder.
- E agora, que merda é essa que tá tocando? – Disse ela entre baixos gemidos.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Tudo vai bem em Spittown

Eu estava sentado perto do balcão quando ouvi a primeira explosão. Os idiotas ao meu redor correram todos para a rua, só para se certificarem do que estava acontecendo. A porra da revolução começara. Não levantei por um tempo, fiquei apenas observando meu copo enquanto o girava entre as mãos, o suor da cerveja me lembrou do suor da putinha que tracei ontem a noite. Ela tinha uma pele bem clara e um cabelo dourado, não lembro direito do seu rosto e é claro que depois de uma garrafa inteira de uísque ela nunca se lembraria do meu; talvez apenas da cicatriz.
Virei o restante da cerveja, que desceu suave como a noite, em minha garganta, e levantei. Os fanáticos filhos da puta estavam perto, os ditos revolucionários, “revolucionários” de merda, digo eu. Um bando de retardados que querem mudar o governo só com bombas e munição, e não com idéias. O governo é uma droga sem jeito, eu sei muito bem, mas sem idéias nada vai mudar.
As bombas explodem cada vez mais perto e os gritos do povo eclodem pelas ruas.
Vou até a porta do bar e saco minhas duas pistolas, é hora de parar os cretinos. Afinal, o governo me paga para isso. Governo cretino.