segunda-feira, 9 de março de 2009

Teobaldus Trades

Meu nome é Teobaldus Trades, ou era, pois depois que morremos os nossos nomes morrem junto e se perdem para sempre. Já faz muitos anos que parti dessa para melhor e eu te digo, para bem melhor. Escolhi esse momento para escrever por que agora vejo tudo muito claro, todos os acontecimentos, todos os fatos, todas as conversas, tudo está nítido. Andei pensando, todos esses anos de minha vida até que valeram a pena. Eu fui um pirata do século XVII, passei grande parte do tempo no mar, no navio SPECTRO. O Mar do Caribe era meu mundo, o SPECTRO minha casa. No fim, como quase todo pirata, acabei sendo enforcado. Vivi até os 26 anos, vida curta mas vida bem vivida. Meu pai nunca conheci, minha mãe disse que também era pirata, possivelmente morreu cedo também. Minha mãe trabalhava em um taverna, morreu quando eu tinha 9 anos. Logo cedo eu ingressei no caminho mais curto da vida, morava na rua imunda e roubava tudo e todas as coisas possíveis. Endureci e me tornei forte nessa época. Logo tive a chanche e engajei no navio pirata MORTEM, aprendi a arte de ser pirata aí, e percebi que levava jeito para a coisa. Mas apesar dessa vida na bandidagem nunca matei um homem, talvez por isso tive uma morte prematura. Depois do MORTEM passei por diversos navios até me enrraizar no SPECTRO. Nunca me casei, não tive filhos, mas lembro-me perfeitamante de ter tido três grandes amores. Três mulheres que deixaram suas marcas em meu peito. Lembro-me dos versos declamados a dama branca, dos amores ardentes com a senhora de vermelho e dos flertes correspondidos com a deusa de cabelos negros. Pena ter que deixa-las para traz e partir, o mar chama mais forte. Não tive grandes feitos, apenas o normal para um pirata. Nunca participei do saqueamento de um grande navio carregado de tesouros, nunca fui rico. O mar e o vento batendo em meu rosto bastava. O gosto do vinho ainda sinto, o do run dispenso, gostava mais das coisas doces. Como disse, tive uma boa vida.

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