sábado, 7 de março de 2009

Zona negativa

Certa vez recebi um convite de um amigo, me parecia que ia ter uma festa em algum canto de Itupeva não entendi direito, ele estava com pressa, me passou o endereço rapidamente e se foi. Era sábado e já estava anoitecendo, e eu no meio da rua tentando resolver alguns problemas. Não tinha nada para fazer mais tarde, então liguei para algumas pessoas e comentei sobre a festa. Combinei com dois amigos de irmos juntos em meu carro. Saímos de casa por volta das 11h00 da noite e antes de partirmos direto para lá resolvemos passar em um supermercado comprar algumas bebidas. Depois disso partimos para Itupeva. Não conhecíamos o caminho direito, apenas me lembro de ter cruzado a cidade e pego uma estrada de terra sem iluminação. Um estranho silêncio pairou sobre nós. É certo que estávamos meio altos a essa hora e a noite estava um breu, mas o que veio a parti daí não é fruto de nossas alucinações. Cruzamos com um velho senhor no meio da estrada e aproveitamos para pergunta se ele conhecia uma tal de chácara onde estava acontecendo uma festa. Ele respondeu que naquela região havia várias chácaras e que muitas festas aconteciam, mas estava lembrado do lugar que eu havia perguntado e disse que tínhamos eu seguir por mais um bom pedaço. Agradeci e partimos. Rodamos por mais vinte minutos, cruzamos algumas casas e sítios e vimos que estávamos chegando perto da numeração de nosso destino. Foi quando aconteceu um fato estranho, mais a frente parecia que havia um clarão avermelhado no céu, como se alguma coisa estivesse pegando fogo, só que não havia fumaça ou algo que se assemelhasse a chamas. E então comecei a ouvir uma espécie de silvo bem baixinho, um barulho igual a uma panela de pressão. Achei que apenas eu ouvia, mas meus amigos também estavam ouvindo. Fui mais devagar com o carro, tinha a sensação que alguma coisa estava a acontecer. Parei o carro bruscamente quando o clarão aumentou e desapareceu de repente. Não sabia o que fazer, se continuávamos ou não. Continuamos. Pouco depois achamos o local da festa, não havia nada lá, apenas um portão com o número da chácara, mas atrás deste não havia nada alem de um terreno vazio com alguns tufos de mato aparentando terem sido queimados. Voltamos para casa. Nunca mais vi o amigo que me convidou para a suposta festa, não conseguia mais ligar para ele, não sabia onde morava.

Um comentário:

Mateus Henrique Zanelatti disse...

Mais um conto do Laranja Mecânica. E tem mais uns ainda, estou passando eles para cá.