domingo, 17 de maio de 2009

A ultima escrita antes do terrível fim

“Embora eu ainda não a conheça você é destinada para mim.
Estou te aguardando. Não posso dizer que estou ansioso, pois sei que um dia você virá. Nem mesmo medo de que eu não a reconheça eu tenho, acredito que verei em seus olhos o que procuro.
Posso imaginar como você é? Posso sonhar com você? Posso pensar que”

Ele pousou a caneta na mesa, pois ouviu um barulho no portão, pelo horário deveria ser sua namorada. Eles moravam juntos já há dois meses, com três nos de namoro. Apesar de gostar muito dela, não sentia que a amava intensamente. Várias vezes estava decidido a deixá-la, mas na hora H não teve coragem. Foi levando o relacionamento até onde dava, e agora decidiram viver juntos. Ele sabia que ela o amava e que se ele terminasse tudo ela sofreria muito mais que ele, e ele tinha certa pena dela, não queria fazê-la sofrer.
Ele ouviu o portão fechar e pegou novamente a caneta.

“você também me reconhecerá? Não sei como será nosso encontro e nem quando, mas sei que acontecerá. Terei eu ainda vitalidade e poder te satisfazer com meu corpo?”

A porta se abriu, não estava trancada, ele não se virou.
Ouviu seus passos se aproximarem e já imaginou ela colocando as mãos em seus ombros e sabia todas as falas da conversa que se seguiria.
Pousou a caneta novamente e se virou devagar.
Aqueles olhos não eram de sua namorada, aqueles olhos eram grandes e negros, pareciam jabuticabas; eram perfeitos.
- É você. – Disse ele. – Sabia que viria um dia.
- Sim. Você é Sebastião Rosário?
- Sou, você é perfeita.
- Obrigada.
- Aguardei por você a vida toda, hoje é um dia especial. Agora sinto que minha vida está realizada.
- Você então sente que se morrer agora terá vivido uma boa vida?
- Morrer?
- Sim.
- Bem, acho que não quero morrer agora, não antes de poder tê-la em meus braços, pelo menos por um instante.
- Isso não será possível Sebastião Rosário. É uma pena.
Ela apontou-lhe uma 9mm semi-automática com silenciador e deu dois tiros em sua testa e um no pescoço, para garantir.
Ele tombou para trás sobre seus papeis, manchando-os de sangue. Ela virou-se e partiu.

4 comentários:

Ana Karenina disse...

Ótima cena. =)

Beijos, Matheus.

Ana Karenina disse...

Okays.

kareninaferreira@gmail.com
Desde que não seja dinheiro, pode pedir qualquer coisa. =)

Mateus Henrique Zanelatti disse...

Droga, ia ser dinheiro :(

Ana Karenina disse...

Huahauahauahauaha!

Sério?
=/