quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Meia noite

Mil imagens passaram pela sua mente no momento em que ouviu as doze badaladas do sino. A rala chuva gotejava pelas ruas encharcando cada esquina. Os poucos vagantes que transitavam por ali andavam pelas beiradas dos toldos para não se molharem. O céu cinzento não deixava transpassar o brilho das estrelas ou mesmo da lua. Um luminoso em mau funcionamento atraia clientes para um hotel barato. Ela dissera para esperar no banco da praça, próximo ao luminoso, à meia-noite. Estranho encontro, ele pensara. A chuva apertou e grossos pingos d’água atingiam sua jaqueta preta, ele se encolheu mais no banco. Um pássaro solitário com hábitos noturnos também se encolhia empoleirado em um galho. Era reconfortante ouvir os sons noturnos da cidade misturados com o da chuva, por um momento ele torceu para que ela não aparecesse apenas para poder apreciar mais o momento. Ela chegou pouco tempo depois segurando um guarda-chuva cor de rosa e calçando botas de cano alto. O que mais o atraia nela eram seus olhos e nesse momento estava olhando para eles hipnotizado, mal conseguiu ver a arma em sua mão.

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