quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Precioso

Todo mundo algum dia já ouviu falar de um cavalo que se chama Precioso. É um nome conhecidíssimo entre esses animais, algo parecido com o Rex dos cachorros ou o Zé dos papagaios. Este cavalo tinha exatamente este nome; Precioso.
Numa pacata cidade interiorana chamada Jundiaí, em meados da década de 40, onde palavras como progresso significava aumentar a produtividade da colheita de uvas, havia um sítio como qualquer outro. Era noite de ano novo. Havia frango assado na mesa e vinho, claro. Nesta noite um cavalo nasceu. Não é possível dizer de cara que era um cavalo especial ou que grandes feitos cruzariam seu destino, mas ele tinha alguma coisa diferente, uma peculiaridade que entraria em seu caminho no futuro. E ele teria um longo futuro.
Um cavalo vive em média 30 anos.
Precioso levava uma vida dura no sítio, como qualquer outro cavalo de sítio. Logo cedo levava as crianças para a escola, puxando-as em uma carroça por mais de 15 km. Depois geralmente levava ou trazia mercadorias da cidade. Certos dias puxava arado e as vezes servia de montaria. Mas apesar da vida dura, o capim era sempre verde e farto. Precioso já tinha 20 anos e vira o patriarca da família partir dessa para melhor. Agora o caçula da casa cuidava dele. Logo seria um cavalo velho e teria sua merecida aposentadoria.
Os anos passam rápidos.
O cavalo branco de pelos lustrosos dava voltas pelo campo em um galope calmo e tranqüilo. Apesar de estar beirando os 35 anos de idade, estranhamente, Precioso ainda aparentava ser um cavalo jovem. E 35 anos era uma idade avançadíssima para esses animais. Mas os humanos da sua família não se deram conta da idade do animal, não sabiam ou não se lembravam de quando ele tinha nascido, apenas era o velho cavalo da família.
Precioso foi o primeiro cavalo da história a completar 60 anos de idade, mas só ele sabia disso. Um cavalo com essa idade adquire uma consciência de si próprio e sua inteligência se assemelhava a dos humanos. Era capaz de se lembrar de fatos passados e planejar o futuro. Ele vivia agora livre. Procurava distância dos humanos, não queria ser preso e dissecado para estudos. Sua inteligência e liberdade proporcionaram coisas boas para ele.
No ano de 2045 os carros voavam, as pessoas davam passeios em Marte e um cavalo completava 100 anos de idade.

3 comentários:

Anônimo disse...

eu tinha um cavalo que se chamava Trovão!

Mateus Henrique Zanelatti disse...

Trovão é um puta de um nome legal também. E você trocou o cavalo por um monte de gatos?

Anônimo disse...

não, o cavalo se engraçou com uma égua, daí ele se esqueçeu de mim e eu me esqueçi dele...hoje em dia ele esta velho fui visita-lo mas ele não se lembrava de mim, mas ainda continua com a égua.Acho que tiveram filhos...ou até netos, acho que ele foi feliz.