quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A Gangue dos Vinte Lobos entre dois rios

Depois da maldita cidade arder no fogo da corrupção, o período das gangues voltou à aterrorizar as pútridas ruas da cidade. Cada tribo ou grupo cuidava de seu próprio rabo, cuidava de sua área, e, logicamente, não era nada incomum os confrontos entre ratos. O povo descente dependia das gangues para não terem suas merdas de casas roubadas ou suas jovens filhas estupradas. Era até bom para as famílias ter um filho alistados à algum grupo.
Essa época era de foder.
Eu era um lobo, pertencia a Gangue dos Vinte Lobos. Éramos muito mais que isso, mas no começo de tudo os caras eram em vinte. Esses vinte caras originais eram fodas mesmo, do tipo que trucidavam com tudo, só deixando os ossos para trás, por isso o nome de lobos. Dos vinte originais, só dois ainda estavam vivos quando entrei para gangue, o chefe Tonny, o faca e seu irmão mais novo Tayson, o olho. Ninguém podia com esses dois, ninguém mesmo. Eu já vi o Tonny arrancar as duas orelhas de um cara só porque zuou o irmão dele de maricas. E o Tayson degolar pelo menos três por estarem roubando uma casa da sua vizinhança.
Mas por fim, estão todos mortos agora. Eu sou o último sobrevivente da Gangue dos Vinte Lobos.
A gangue foi dizimada em apenas um dia, numa tarde quente de verão, onde o sol fritava nossos rostos e cozinhava nossos cérebros. E tudo começou por uma garota, uma puta garota.
O Tonny, o faca, conheceu essa tal garota em um bar, ela era de outra zona da cidade, estava ali naquele dia apenas para pegar alguma bebida e cair fora. Eu nunca vi o Tonny cair de quatro por uma putinha como daquela vez e a putinha também curtiu o Tonny. Até mesmo seu irmão disse para ele tomar cuidado. É claro que, como tudo o que acontece na vida é para nos foder, a garota era namorada de uma cara de outra gangue, e ainda por cima, irmã de um chefe de uma gangue vizinha a nossa.
A coisa não ia vingar, eu já sabia, mas o Tonny ficou louco, ela à queira do seu lado de qualquer jeito.
Naquele dia ele juntou toda gangue ao amanhecer, fomos buscar a garota. Entramos sorrateiros pelo território dos caras, só abatemos uns cinco ou seis deles e trouxemos a garota para nosso lado. Isso foi de manhã. De tarde, nos vimos cercados por duas gangues, eles se aliaram para nos destruir. O ex-namorado da garota de um lado e o irmão do outro. Estávamos entre dois rios. Estávamos fodidamente perdidos. Lutamos que nem demônios, mas eles tinham muitos canhões e distribuíram válvulas para todo lado. Nem a garota escapou, pobre puta, que queime no inferno. Eu sobrevivi por fingir estar morto, quando já estava tudo acabado. Eu sei que não foi honroso isso, mas foda-se, eu estou vivo.
Esse foi o fim da Gangue dos Vinte Lobos.

2 comentários:

Natália Nunes disse...

hu!
violence, violence :P

achei legal, diferente, a sua proposta para o blog. gostei. sua escrita rende uma boa leitura :D

ah, obrigada por aparecer no meu espaço, mesmo não gostando de versos. fiquei muito lisongeada por ter gostado, mesmo não fazendo seu estilo :D

eu não sei como funciona essa coisa de "seguir", já que eu não uso esse recurso, sorry.


abraço!

Jéssica Nega disse...

uma de muuitas provas alegando que mulher nasceu só pra dar trabalho! ahahaha


menino, te vejo e te leio cada vez melhor! :)

um beijinho da neguinha