terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Irlanda

Este texto é dedicado a Deborah, uma grande garota que me faz pensar.
Baseado na música Whisky in the Jar.


Certa vez, quando ainda jovem, cheio de sonhos e esperança na cabeça, joguei minha tralha nas costas e resolvi andar. Primeiro parei em uma taberna para um último drink, “um brinde para meu pai” eu disse. Meu pai que nunca me amou e me surrava quando estava bêbado.
Sai dali me sentindo leve e com muita vontade de correr! Correr! Correr!
E eu pensava em Debbie.
Cinco anos depois já estava caminhando entre as montanhas Cook e Kerry. Gostaria de dizer que eram vales verdejantes em meio a fontes de águas límpidas, mas não, até onde a vista alcançava era um puro cenário de rochas, terra seca e arbustos raquíticos. Tomei o ultimo gole de água do cantil, “um brinde ao meu pai”.
E então eu avistei o capitão Farrel, o maior bandido das redondezas. Pelo que parecia ele acabara de realizar um assalto, pois estava agachado perto de uma árvore, contando dinheiro. Muito dinheiro. Calmamente saquei minhas pistolas, e mais silencioso que um tigre, me aproximei. Mirei em sua nuca e disse: “Levante-se e entregue todo seu dinheiro ou o diabo pode te levar”. Peguei todo o dinheiro, era realmente uma bela quantia, e fui para casa de Debbie. Ela me viu, viu a grana e me aceitou em sua casa, jurando que me amava e que nunca me abandonaria, mas que diabos tomou aquela mulher, sabe como é, ela me enganou facilmente. “Um brinde para meu pai”.
E então um dia, bêbado e cansado eu entrei em casa, Debbie estava na sala, peguei ela no colo e a levei ao quarto, mas não sabia o perigo que estava correndo. Umas seis ou talvez sete horas o capitão Farrel entrou como um leão no quarto, mas eu saltei, puxei minhas pistolas que estavam na cômoda e atirei. Acertei ele com as duas.
Alguns homens atiram, alguns homens dançam, alguns homens gostam de pescar ou caçar, e ainda alguns outros gostam de ouvir, ouvir uma bola e canhão roncando. Já eu, eu gosto de dormir, especialmente no quarto as minha Debbie. Mas aqui estou na prisão, aqui estou com uma bola e uma corrente presa na perna, mas sei que lá fora está minha Debbie. “Um brinde para meu pai”.

3 comentários:

Marguerita disse...

Um brinde ao seu pai!
;)

Quanto ao seu comentário:
"Vamos fazer nossa parte e boa. Seremos herois de sí próprios e esperamos, sinceramente, que das pessas ao nosso redor."

Descreveu muito bem o que é fazer a coisa certa!

Thanks!

Bjooo

Mateus Henrique Zanelatti disse...

::)

bella ferraro disse...

Irlanda... um dos meus sonhos de viagem. Um dia... ::)