quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Dizzy

- Porra, se você está ouvindo isso e não está gostando é que não bebeu ainda o suficiente para ativar as partes musicalmente sensoriais do cérebro.
- Cara, você está chapado. Que merda é essa que tá tocando?
- A nigth in Tunísia, Dizzy Gillespie.
Puta, ela sempre, me faz essa pergunta. “Que merda é essa que tá tocando”, ela não sabe a vontade que tenho de cerrar meus dedos nesse pescoço magrelo dela, quando faz essa pergunta.
O som continuou tocando, é o tipo de música que me faz viajar. Que faz meu corpo quere rodar por aí, sair correndo, beber mais, transar mais, dar uns socos, e por aí vai. Eu sentado no sofá, ela deitada com a cabeça em meu colo. Seus cabelos exalavam um perfume doce, eu a acariciava por detrás da orelha com a mão direita e com a esquerda eu segurava uma garrafa de vinho; um bom vinho. De vez em quando eu derramava umas gotas em sua testa e a beijava, sugando o vinho e parte de sua alma, de seu espírito.
Ela já estava muito chapada, e chapada com o que eu mais odiava, o maldito pó. Depois de cheirar tudo que comprara, agora fumava um beque. Quem visse esse rostinho lindo andando pelas ruas numa manhã qualquer, nunca ia imaginar a diaba que era nesses momentos que estamos agora.
O Dizzy agora estava fazendo um daqueles solos fodas, eu me virei no sofá, joguei o beque dela fora e deixei minha garrafa deitada e vazando no chão, subi por cima dela e começamos a foder.
- E agora, que merda é essa que tá tocando? – Disse ela entre baixos gemidos.

2 comentários:

Paulo Bono disse...

O feijão cada vez mais perigoso.

abraço, man

Mayra :) disse...

um verdadeiro poeta.ssrsrrss
Não sabia desses seus dotes ; )